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Princípios Filosóficos

Método Ward

O Método Ward nasceu no principio do séc. XX quando, a partir de 1910, se iniciou uma profunda reforma do ensino nas escolas católicas americanas. Esta reforma foi concebida na Universidade Católica sob a orientação do Rev.º Prof. Thomas Edward Shields (1862-1921) que era o Director do Departamento de Educação.

 

Um dos aspectos verdadeiramente inovadores da reforma foi a inclusão da Música no currículo das Escolas Primárias, à qual se reconhecia uma importância primordial na educação das crianças. Tendo conhecido J.Ward e constatado os seus talentos musicais, Thomas Shields convidou-a para colaborar na referida reforma, propondo-lhe que escrevesse uma série de livros para as crianças em idade escolar.

 

A partir de então, J. Ward iniciou uma intensa actividade pedagógica na Universidade Católica, o que lhe permitiu investigar, criar e, por fim, aplicar o seu método de ensino da música destinado a crianças dos seis aos catorze anos. Para isso, baseou-se nas descobertas da Psicologia moderna e inspirou-se nas idéias filosóficas de Thomas Shields, concretamente na sua obra "Philosophy of Education".

 

Para Shields, que além de filósofo e psicólogo era também biólogo e formado em Arte (Master of Arts), a verdadeira educação deve ser eminentemente activa, possibilitando o desenvolvimento da imaginação e poder expressivo das crianças, despertando as suas capacidades latentes, tornando-as activas, despertando a sua curiosidade e estimulando o seu interesse, ajudando-as a pensar.

 

J. Ward, ao escrever a biografia de Thomas Shields, publicada em 1947, trancreve e comenta importantes passagens da sua obra fundamental, atrás citada, que exprimem, no essencial, o pensamento do filósofo sobre a educação. Shields estava, de facto, avançado em relação ao seu tempo. Foi, por isso, um incompreendido. As suas ideias são de uma impressionante actualidade. Das passagens transcritas por J. Ward, eis alguns excertos significativos:

 

"The first task of education is to bring the emotional life of the child into subjection to law and under the control of the inteligence. Reading, Writing and Arithmetic are only tools, the skiled use of which will be helpful throughout life, but it is utterly absurd to think of them as fundamental. It is music and art wihich constitute the enduring foundations of education, and not the three R´s. When this truth is forgotten it is not surprising that the effects of education are seen to be superficial and unsatisfactory."

 

(...) "Education is not a mere knowing or remembering; it is preemently a matter of doing."

 

(...) "The primary room, instead of being a quiet, sad place where little children fear to move lest they should disturb a nervous teacher or break in upon the profound train of thought whereby their young companions are learning to master the A-B-C´s, must present a joyous, active scene."

 

(...) "Next to the teaching of religion, the teaching of music and art constitutes the most important work in the elementary school. The real foundations of character are not to be found in the intellect but in the emotions and the will properly enlightened through the intellect, and it is through music and art the imagination and emotions may be reached and effectively developed."
(in Ward, 1947:249-50)

 

Totalmente inspirado e fundamentado nas ideias filosóficas de Thomas Shields, o Método ward encarou, desde sempre, a educação musical no sistema de ensino, integrada no currículo escolar e não à margem deste. Neste sentido possibilita a todas as crianças e não apenas às dotadas o acesso à música. O ensino é adaptado ao desenvolvimento físico, psicológico e mental da criança ajudando-a a desabrochar e a crescer global e harmoniosamente.

 

Depois de ter sido difundido nos E.U.A e Canadá, o Método Ward foi adoptado em vários países europeus nomeadamente na Holanda, que o introduziu nas Escolas Católicas desde 1928, França, Inglaterra, Suiça, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e ainda no Brasil, Japão e Filipinas. Em Portugal, o Método foi introduzido por Júlia d´Almendra, a partir de 1950.

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